quinta-feira, 6 de junho de 2013

O MEIO DA VIDA

"Ainda ontem era apenas... uma criança"
Nesta corrente que nos leva e tantas vezes arrasta num sentido sem... qualquer sentido, lá vamos nós, ora à boleia, ora à deriva, numa caminhada lado-a-lado com a vida que nos calhou em sorte.

No percurso, nem sempre íngreme, mas nunca sempre plano, vemos passar os anos e vamos tentando somar conquistas e vitórias que apaguem o amargo das derrotas e dissabores que também insistem - dizem alguns que só assim tendo piada!? - em marcar presença nessa mesma caminhada que é a vida.

Quarenta.
Foram já 40 as vezes que vi passar as Estações da vida!

Neste rodízio de anos sobre anos - uns com mais sal e menos pimenta do que outros - acumulam-se experiências e vivências boas e más, mas todas, na verdade, com o único propósito de terem contribuído unicamente para uma só conquista: a da experiência de vida.
Em muitos mais do que apenas alguns casos, diria mesmo que ter-se-á tratado de conquistar a experiência de uma vida!...

Mas também já olho para trás...
Também já consigo - qual vitória saudosista!! - ter referências temporais que me colocam à distância de 10, 15, 20... 25 anos atrás e para esse período poder recordar estórias e História entretanto perdidas em lembranças, apenas.

Pfff....!!!
Como é possível?!?....
Ainda ontem era apenas... uma criança, apenas com um futuro pela frente.
Hoje, já homem... apenas tenho um passado.

A razão é dos "velhos", os mais velhos do que nós.
Aqueles quem sempre ouvimos disparar os alertas da experiência e a quem... e a quem nunca ousámos admitir que estavam, afinal..., certos. Cobertos de razão.

Todos aqueles que ao longo da vida fomos conhecendo e nos foram repetindo mensagens sobre a "quantidade" e a "qualidade" dos amigos que temos e dos amigos que nos rodeiam.
Aqueles que se referiam ao passado sempre com a frase "no meu tempo".
Aqueles mesmos que tantas vezes nos repetiram por palavras mais reconfortantes - como que a esconder as vergonhas dos fracassos pessoais - conselhos simples de como deveríamos aproveitar melhor cada ano e cada etapa da vida porque, como eles mesmos, os mais velhos, estão sempre a dizer: "a vida passa num instante"!

Agora somos nós.
Somos nós que já olhamos para trás e começamos a repetir a mesma ladaínha.
Somos nós que começamos a identificar as mazelas que ficaram dos anos em que tudo se fez sem nunca se recear a factura do amanhã.
Agora somos nós que encaramos a vida de frente para com as responsabilidades, para com os deveres.
Agora, a meio da vida, somos nós, também, que começamos a (saber) viver.