domingo, 22 de maio de 2011

Há Razão Para Os Porquês?

Para onde caminhamos, afinal?
Ao longo dos anos - diria mesmo, ao longo da vida, habituei-me a escrever sempre sobre factos e a dar as respostas, a informação já tratada, o aspecto final da "coisa". Deixei-me de questionar por considerar esse um processo que depois me conduz ao esclarecimento e assim, aboli o desafio que se esconde com a resposta que se revela atrás da pergunta, quando escrevo.

Com isso, sei, foi sendo apagada a chama da fantasia, a mesma que expõe a loucura interior e a capacidade de sonhar que qualquer menino deve saber preservar e que quando adulto, deve saber expor, de quando em vez, a criança que deverá viver sempre, e em cada um de nós...

São hábitos de escrita difíceis de superar, acima de tudo porque para mim escrever é despir a alma e colocar a nu apenas e só o que dita o coração. Todos nós e também eu, colocamos questões em conversas ocasionais ou tidas como "intelectuais", mas do que tenho estado a fazer discorrer o pensamento é mais profundo e mais permanente, porque é escrito. Quando falamos, discutimos a Fé, a existência de Deus, uma outra vida paralela à que vivemos, a sorte e o azar, o Bem e o Mal, a Justiça..., mas o que é tudo isso se não um momento ocasional e sem registo?

Hoje ocorreu-me: porque não questionamos a vida que temos? Porque razão, em desígnio, não podemos acreditar que Quem atribui a vida a cada um de nós, não pode, também, ter dias menos felizes e, nesses, cometer erros de atribuição? Não me recordo de alguma vez ter sido consultado sobre que vida queria ter!? Logo, isso deve significar que não vivo a vida que me era destinada, vivo, sim, a que alguém que terá tido opção de escolha, não quis e me foi imposta por ser quem se seguia na "fila de receber vidas". Será justo que até para receber uma vida é preciso ter sorte?? Não deveria tratar-se de uma questão de Justiça e imparcialidade? É isso que significa quando se assume que somos todos feitos à Sua imagem, e, portanto, aceitando que se cometam erros, tanto n'Ele como em nós? O que é que isso tem de justo? É por isso que temos de aceitar o fardo e assumir que todos teremos de carregar uma cruz?! Isso é que é dar a outra face?

E se, de repente, por um qualquer desígnio, tivéssemos a confirmação de que a vida, afinal, é uma continuidade de vidas que se unem a cada nascimento, como que para se completar um só Destino? E se para além do percurso que conhecemos nesta forma terrena, numa realidade paralela houvesse uma existência diferente de cada um de nós?


Faria alguma diferença?
O que queremos saber, afinal?

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