"... já seguro de que mal nenhum aconteceria por estar junto de mim ..." |
Uma das histórias que guardo e até recordo com um sorriso quando penso no Yiuri é a do Kimba, um cão da raça malamute que o assustava como a uma criança a quem se anuncia a chegada do "bicho-papão" quando não quer comer a sopa ou se recusa ir para a cama.
Com o Yiuri era a mesma coisa: quando ele andava solto a fazer o "passeio higiénico" e nunca mais se decidia entrar em casa ou fazia "ouvidos de mercador" quando o chamava, bastava que a seguir eu acrescentasse "olha o Kimba", ou "o Kimba vem aí!", que ele, rapidamente, se apressava a entrar e ficava depois, a olhar pelo vidro à espera de ver o Kimba do lado de fora.
É claro que a maior parte das vezes não havia Kimba nenhum por perto, tal como o bicho-papão, que também não existe!
Tudo isto começou porque os dois cruzavam-se algumas vezes na rua.
O Kimba, como malamute macho era um cão corpulento e... enoooorme (!!!) quando comparado com o Yiuri, um husky de médio porte.
A maior parte das vezes limitavam-se a cheirar um ao outro e sem que qualquer deles desse parte fraca, lá se afastavam, com o pêlo eriçado e com a vaidade que os caracterizava, intocável. Mas lá terá havido um dia em que o inevitável confronto, qual medição de forças e prova de machismo pela defesa do território, aconteceu e, inevitavelmente, o Kimba saiu por cima.
Depois disso passou a ser mais difícil controlar os dois porque um estava certo de que era o mais forte e o outro, apesar de tudo, queria estar à altura de um dia ter a sorte de sair por cima, o que nunca aconteceu nas duas ou três vezes em que mediram forças.
O Yiuri fugia do bicho-papão |
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